Passeando pelo meu "jardim botânico maltratado", encontrei escondidinha uma cápsula de sementes de uma Vanilla, ou seja uma fava de baunilha, que é uma orquídea trepadeira. Fiquei maravilhada!
Lembrei-me de certo dia, quando era criança, andando com minha mãe pelos matos para inspecionar as cercas, eu a enchia de perguntas, tipo: que planta é aquela? - é quitoco; e aquela? - é brandi - joão brandi (jaborandi), até que ela começou a falar de algumas plantas que ela conhecera quando criança. Achei muito interressante como ela descreveu a baunilha como sendo um "cipó suculento quebradiço que servia para fazer uma essência para alimentos" que vegetava nas matas ao pé da Pedra de Pontal. Quando lhe perguntei sobre as flores, ela me disse que nunca as tinha visto, mas que a essência vinha de seus frutos, que lembravam bananas, que maduravam uma a uma, mas que não dava para colhê-los, pois o seu aroma era tão intenso que atraía os macacos, que os comiam mesmo antes de estarem completamente maduros.
Cápsula de sementes da Vanilla
E tudo começou assim: Um dia a minha irmã Helena, encontrou um raminho murcho desconhecido, mas interessante, à beira da estrada, entre Anchieta e Vila Velha e o deu a uma amiga que o plantou e mais tarde ganhei um pedaço daquele "cipó", que ela já sabia se tratar da baunilha.
Dias atrás, li que a essência de baunilha mais utilizada na cozinha brasileira é produzida em laboratórios; portanto artificial - e que no Brasil, a baunilha é polinizada manualmente, devido ao pequeno número de polinizadores que ainda existem.
Imaginem o meu contentamento ao encontrar aquela cápsula: os macacos já vem no quintal comer mamão e jabuticaba, os polinizadores ainda existem, e agora a fava da baunilha?!
E tudo começou assim: Um dia a minha irmã Helena, encontrou um raminho murcho desconhecido, mas interessante, à beira da estrada, entre Anchieta e Vila Velha e o deu a uma amiga que o plantou e mais tarde ganhei um pedaço daquele "cipó", que ela já sabia se tratar da baunilha.